Derrota ao cair do pano.
Antes de tudo dizer que, apesar da excelente exibição em termos defensivos que fizemos, a vitória da equipa dos Leões de Porto Salvo foi justa, tendo em conta todo o desenrolar do encontro e principalmente a 2ª parte.
Defensivamente fomos uma equipa extremamente competente em termos defensivos, dando poucas oportunidades à equipa adversária na 1ª parte. Fechámos bem os caminhos para a baliza, limitando-a a remates exteriores resolvidos, ou pela defesa ou pelo Fábio na baliza.
Defendendo no meio-campo, obrigámos os Leões a um jogo repetitivo e previsível que fomos anulando com maior ou menor dificuldade.
Se em termos defensivos estivemos muito bem, em termos ofensivos limitámo-nos a jogar em contra-ataque onde fomos perigosos. Já o ataque organizado raramente funcionou, porque fizemos uma má gestão da posse da bola quando estivemos em vantagem no marcador, devido à pressão alta do adversário mas principalmente à falta de inteligência e clarividência em sair a jogar. Fomos sempre muito precipitados, tanto no passe como na solução escolhida, perdendo rapidamente a bola, o que nos forçou a passar todo o jogo a defender. Se na 1ª parte conseguimos controlar o adversário, na 2ª parte foi-nos letal essa má gestão da posse de bola.
Marcámos primeiro numa insistência do Van Damme, que ganhando diversos ressaltos inaugurou o marcador. Os Leões empatam numa perda de bola frontal à baliza numa saída de bola. Voltámos à vantagem num livre directo pelo Ricardo, onde o ecrã criado pelo Van Damme atrapalhou o gr. adversário. Chegámos ao intervalo em vantagem por 1-2.
Ao intervalo avisámos os jogadores que os primeiros 5min da 2ª parte seriam muito importantes para o desenrolar do jogo, pelo que a concentração teria que ser máxima.
Sabíamos que o adversário iria carregar desde cedo e bem alto. Começamos bem defensivamente e a sair muito bem no contra-ataque. Nesses 5min iniciais tivemos oportunidades para fazer o 1-3 e 1-4 e matar o jogo. Mas não concretizámos, os Leões foram carregando, empurrando-nos para trás ainda mais, os remates sucediam-se mas íamos aguentando. Mas como não soubemos gerir a bola em posse, todo o jogo era dos Leões e nós cada vez fomos saindo menos. A pressão adversária foi forçando os erros a aparecerem e em 1 deles surgiu o empate a 2. Fomos pouco rápidos a afastar a bola da área e a bola sobrou para um adversário. Tentámos acalmar um pouco os ânimos pedindo um minuto e para corrigir algumas situações.
Perto do fim, num lance demonstrativo da ingenuidade desta equipa, em vez de fazermos contenção junto à linha lateral, arriscamos o desarme, somos ultrapassados e após um ressalto feliz na área o adversário chega ao 3-2. Foi um soco forte mas a equipa até ao fim na desistiu e na última jogada do jogo tivemos a oportunidade de empatar mas o gr adversário fez uma grande intervenção.
Em resumo, os jogadores estiveram muito bem defensivamente, com o Fábio muito seguro na baliza. Ofensivamente, razoáveis no desenvolvimento do contra-ataque mas mal na finalização. Em ataque organizado não existimos, o que nos foi fatal. Perdemos em casa do 2º classificado e o maior elogio que se pode fazer à equipa foi feito pelos adeptos dos Leões, que após o 3-2 gritavam para que o jogo acabasse. Parabéns aos Leões de Porto Salvo e que continuem o bom campeonato que estão a realizar.
Depois das críticas que fiz à exibição tendenciosa (para não lhe chamar outra coisa) da semana passada, não quero deixar de assinalar a excelente exibição feita pelo árbitro Pedro Fragoso. Deixou jogar o que era para jogar, apitou o que tinha de apitar, mas principalmente teve um critério que aplicou às 2 equipas por igual. Não deu um concerto de apito como é costume fazer quem não percebe puto de futsal e não tem segurança nenhuma no que está a fazer. Soube falar com os jogadores elucidando-os sobre as suas decisões, mantendo a autoridade que todos lhe reconheceram sem ter que recorrer a cartões e atitudes de autoritarismo para se impor. Por tudo isso lhe dei os parabéns no final pela exibição.
Quanto a nós, começo a ficar cansado de vitórias morais que não dão pontos. A situação continua complicada e não podemos cometer mais deslizes. O próximo jogo temos de vencer!
Luís Pinho
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